Deserto
Sozinha sigo meu caminho incerto,
por entre tantas dunas de tristura,
pisando a minha dor e desventura,
perdida dentro em mim, no meu deserto;
não vejo, ao longe, rastros de ternura,
prossigo sem destino ou rumo certo,
sem ter miragens, sonhos, nada perto
que acalme minha mágoa, minha agrura;
quisera ter oásis dentro em mim,
com sonhos borbulhantes, em cascata,
repletos de esperanças, de fulgores;
mas sigo repisando as minhas dores,
por sobre a fina areia, cor de prata
do meu deserto imenso, tão sem-fim.
Brasília, 19 de Maio de 2011.
Seivas d'alma, pg. 48
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/05/2011
Alterado em 16/08/2020