Receios
Talvez, por medo de outro amor ou sonho,
assim, me entregue, tanto, à vã poesia,
carente de paixão e de estesia,
sombria, como os versos que componho;
sonhar com novo amor, eu bem quisera,
mas eu me entrego à lira - meu esteio –
fugindo sempre dessa dor, receio
que tudo se transmute em pó, quimera.
Fantasmas, sombras, sonhos, nada mais
que geram, dentro da alma, tantos ais,
porém silentes, sem fazer alardes.
Só quem amou demais conhece as dores
do agônica viver e dos temores,
que assim nos deixam frágeis, tão covardes.
Brasília, 26 de Abril de 2011.
Sonetos Diversos,pg. 70
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/04/2011
Alterado em 21/08/2020