Se na poesia busco meu exílio,
e nestes versos minha dor exponho,
quiçá por medo d’outro amor ou sonho,
ou ver o fim de mais um doce idílio;
se exílio busco neste mundo escrito
e inscrevo aqui os meus penares, dores,
meus desencantos, mágoas dissabores,
porque não creio mais no amor, no mito.
Mergulho, enfim, em outras utopias,
para escandir a dor que me maltrata
e deixa dentro d’alma tal cesura;
a versejar eu passo noites, dias,
fugindo dessa dor, que a mim me mata,
dessa tristeza, denso fel, agrura.
Brasília, 12 de março de 2011.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/03/2011
Alterado em 27/08/2020