Desnuda
Agora estou diante desses olhos vossos,
despida, de mim mesma, nesta noite escura,
deixei pra lá tristeza, mágoas, dor, candura,
e, resumida estou, somente à carne e ossos...
Distante está aquela, que era virgem, pura,
apenas sou alguém perdida em mil destroços,
morreram sonhos meus, também anseios nossos,
e longe já se vão os tempos de ventura.
Confesso, vos amei, sonhei em demasia,
porém, findou em mim, aquele amor de outrora,
e tudo se acabou, a força da paixão.
E nua aqui estou, sem pejos, emoção,
e, mesmo, a própria sombra, já se foi embora,
aqui fiquei sem nada, sem qualquer poesia.
Brasília, 6 de Março de 2011.
Seivas d'alma, pág. 65
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/03/2011
Alterado em 16/08/2020