Tardes langorosas
Tristonhas tardes, frias, langorosas,
sem lume, sem fulgor de girassóis,
ou irisados céus dos arrebóis,
e prenhes de saudades lacrimosas;
silentes tardes minhas, merencórias,
de imensa solidão que me calcina,
que assim me invade e fere, me domina,
tornando a minha vida e alma inglórias;
quisera, sim, poder te transformar;
conter o teu tristonho lacrimar,
tirar o véu das horas tão brumosas.
Escuras tardes, sempre nebulosas,
vorazes, ermas, longas, desditosas,
quisera ver o sol beijando o mar.
Brasília, 13 de Janeiro de 2011.
Sonetos Diversos, pg. 58
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/01/2011
Alterado em 20/08/2020