Luz e sombra
Pelos vitrais, a luz do dia passa
e tange a tua tez, triste e alvadia,
outrora tão replena de alegria,
a refletir imenso amor e graça...
E agora, nesta sacra epifania,
o pranto, o flébil olhar encobre, embaça,
a solidão, infausta, já te enlaça,
e traz o enfado, a dor, lenta agonia.
Na mesa da capela uma candeia
revela, pouco a pouco, o teu semblante
com leve luz, tão fúlgida e dourada...
Enfim, eu vejo em teu olhar o nada
além de frágil ente agonizante,
demais distante, desta vida alheia.
Brasília, 6 de Janeiro de 2011.
Seivas d'alma, pág. 69
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/01/2011
Alterado em 16/08/2020