Encantos do Araguaia
Edir Pina de Barros
Na merencória tarde que desmaia,
tristonha e gris, coberta com seu véu,
por trás da chuva fina vão, ao léu,
gaivotas das planuras do Araguaia;
ao longe, o canto triste da jandaia,
da arara azul, que faz grande escarcéu,
das garças, a cortar, depressa, o céu,
buscando seus ninhais, além da praia;
no rio, que a jusante serpenteia,
ecoa o sacro canto Xambioá,
saudando o novo ciclo, que é de cheia.
Oh! Araguaia! Índios Karajá!
Oh! Aruanã no centro lá da aldeia,
beleza igual por certo que não há!
Brasília, 27 de Dezembro de 2010.
CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 27
Poesia das Águas, pg. 87