Doce entrega
Desnuda se entregou de corpo e alma,
e nem pensou que ainda era virgem,
sentindo só prazer, calor, vertigem
naquela noite fresca, linda e calma.
Sorveu aquele beijo, doce vinho,
como se fora a boca fina taça,
num misto de pudor, furor e graça,
tão prenhe de candura, amor, carinho.
Sentiu dentro de si prazer infindo,
que lhe subiu aos lábios, se explodindo,
na hora “h”, naquele instante exato.
E assim se fez mulher a flor-menina,
ali, na tênue luz de lamparina,
no rancho de sapé, cheirando a mato.
Brasília, 02 de Dezembro de 2010
PURA CHAMA, pág. 99
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/12/2010
Alterado em 19/04/2014