
Jardins secretos
Cultivo, dentro em mim, jardins secretos,
regados com meus prantos vãos, doridos,
que permanecem, sempre, bem floridos,
dos versos que não fiz, os mais seletos;
cultivo neles meus amores idos,
dos sentimentos bons, os meus diletos,
(embora inolvidáveis e discretos)
etéreos sonhos , tantos não vividos;
jardins secretos, cheiros de alecrim,
que deixam pelos ares doce calma,
aos que demais amei, os meus legados:
orquídeas, cravos, rosas cor carmim,
que viçam sobre o húmus de minh’alma,
nos limos de meus prantos represados.
Brasília, 12 de outubro de 2010.
JARDIM IMAGINÁRIO
Odir, de passagem
(Aos "Jardins Secretos" da poeta EDIR)
Sinto a falta das mãos que plantam rosas
nos fronteiros das portas e janelas.
Das mãos que plantam dálias amarelas,
as orquídeas azuis, as mais formosas.
Perdi-me dos pincéis, das aquarelas
dos artistas de telas caprichosas.
Do arco-íris, as cores majestosas
que colorem meus céus ante as procelas.
Da vida assisto os tristes dissabores,
lembrando a despedida dos amores
na saudade que o tempo não levou.
Diante de horizontes tão sem cores,
porque meu mundo não se fez de flores,
eu carrego um jardim por onde vou.
JPessoa/PB
Obrigada, poeta, pela tão bela interação! Edir
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/10/2010
Alterado em 30/01/2013
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