Como um rio (1)
Sê como um rio, que valsando rompe as matas,
no seu silêncio sempre em dor se esvai, se escuma,
cortando vales, pedras, forte e densa bruma,
e vai formando mais adiante mil cascatas;
sê como um rio que obstáculos contorna,
e segue sempre em frente sobre mil pedrouços,
vai construindo seus caminhos, arcabouços
rasgando o duro chão de pedras mornas,
sê como um rio que se soma a outros tantos,
e assim se torna mais profundo, ancho, forte,
para cumprir a sua saga, sina ou sorte:
a de seguir o seu destino - sul ou norte -
e ir perder em outras águas seus encantos,
depois morrer no mar a borbulhar em prantos.
Brasília, 30 de agosto de 2010.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/08/2010
Alterado em 31/01/2013
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