Hei de chorar por ti América!
H ei de chorar por ti, desde as entranhas,
E m cada verso meu, a tua história,
I nda que dor me cause tal memória,
D eixando em mim tristezas mil, tamanhas...
E u cantarei teus povos dizimados.
Com toda a minha força cantarei,
H oje, amanhã e sempre chorarei
O mar de sangue outrora derramado;
R ecordarei ao mundo a tua dor,
A tua chaga imensa, sempre aberta,
R estos e marcas, os sinais de alerta,
P ulsantes, lembram tanto mal, horror.
O s versos meus irão ganhar o mundo
R odando seus espaços, seus recantos,
T udo lembrando, com meu canto forte,
Í ndios e negros, mar de sangue e morte.
A dor dos filhos teus, a triste sorte,
M anhãs sem sol, banhadas pelo luto,
E ternamente, sim, hei de cantar,
R iscando com meus versos teu penar,
I nglória luta contra tantos brutos.
C antar-te-ei, ó, mãe sofrida e triste,
A dor dos filhos teus, que em mim persiste.
Brasília, 11 de Agosto de 2010.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 115
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/08/2010
Alterado em 02/08/2020