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Oh! Escutai a lira que tangida chora!

Oh! Escutai a lira que tangida chora!
Que geme e vibra tanto, sem pudor, sem pejos,
Que canta com os poetas, quais os realejos,
A paz, o amor, o pranto pelo mundo afora!

Bebei do seu fragor, o vinho tinto e puro,
Que expele enquanto freme, enquanto chora em versos,
Expondo a sua dor, poemas seus imersos,
Que nascem lá no imo e que aqui depuro!

Sorvei, também, da lira, todo o seu encanto!
Senti, na pele, o seu suave e fino manto!
Seu acalanto, que cala bem fundo, ouçais!

Deixai rolar na face o emocionado pranto!
Não contenhais em vós, o amor, a dor, jamais...
Oh! Escutai, da lira, seus pungentes ais!

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/03/2010
Alterado em 31/03/2010
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