Saudades de ti
Das noites frias eu lembro
com carinho, com ternura,
inocência e mui candura,
como se fora setembro
só teus abraços relembro,
no calor de nosso ninho,
sorvendo juntos um vinho!
De teu perfume, teu cheiro
de teu ser - que quero inteiro -
de tudo, enfim, só relembro!
Saudades de ti, eu sinto!
Esquecer-te jamais! Nunca!
Pois cravou-me a garra adunca
dentro d'alma! Eu não minto,
o meu corpo está faminto
de teus beijos, teus abraços,
de teus carinhos, tão lassos...
Sem ti minhas mãos vazias
são carentes, são tão frias,
replenas de mil cansaços!
Saudade de ti! Saudade!
e distante estás agora...
Faz tanto frio lá fora,
E só tristeza me invade!
Sofro sem fazer alarde
Faz muito frio em minh'alma,
nada, ninguém me acalma...
Agonizo pouco a pouco,
minhas lembranças cavouco
buscando-te dentro d'alma!
Nessa busca sofri tanto
ao relembrar-te querido
só por ti tenho vivido,
e por ti rola o meu pranto,
tu és minha vida e encanto!
Revejo-te na noite escura
dos delírios, da loucura,
chamando teu nome em vão,
sangrando meu coração
que a ti ama com ternura...
Dentro d'alma noite fria,
mil vazios nos desvãos,
sem teus toques, tuas mãos...
Cadê teu amor, alegria?
Estar contigo eu queria!
E profundo é meu vazio
quando ao derredor espio
e não te encontro, querido...
E assim, só, tenho vivido
sem ti, nesse inverno frio!
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 21/02/2010