Textos


Resiliência!
 
 
Meu bem querer, por você,
Mergulho no ancho mar,
Seu nome sempre a clamar,
Pois vivo à sua mercê...
Eu sou pobre flor de ipê
Arrancada pelo vento,
Esquecer-lhe já nem tento,
Vou rolando pela relva,
Voejando pela selva,
Com você no pensamento!
 
Do seu amor sou cativa,
Mas vivemos bem distantes,
Sem aconchego dos amantes,
Embora em mim traga viva
De forma tão abrasiva,
A força dos meus desejos,
Que versejo aqui, sem pejo,
Sem limites, sem censura,
Porém com grande candura,
Como tristonho realejo!
 
Sou simples flor do cerrado,
Que a fraca brisa recolhe,
Entre tantas nem me escolhe,
Nem me faz qualquer agrado
Nem me mantém ao seu lado...
Desta vida eu nada levo,
Nem meu desejo primevo,
Sozinha eu sigo no mundo,
sentindo  esse amor profundo

Sem ter-lhe por namorado!
 
Mas deixo-lhe meu perfume
Minhas migalhas, meu ser,
Você é meu bem querer,
Na vida e morte, o meu lume,
Mesmo que tudo se esfume,
Que se desfaça no ar
No céu, na terra, no mar,
Meu amor não terá fim,
Apesar de tudo, enfim...
No meu imo há de vingar!
 
Quem sabe, um dia, amor,
Você me chame bem forte,
De norte a sul, sul a norte,
Buscando por meu calor...
Esperar-lhe-ei, meu senhor,
Necessito o seu abraço,
Por você eu me refaço,
A própria morte eu supero,
Minha vida eu regenero,
Pra morrer no seu regaço!
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/01/2010
Alterado em 19/01/2010
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