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Eclipse

Do sol eu sou boa amante,
no sertão, na capital,
se faz calor infernal,
vou banhar na bela fonte,
que onde vivo tem de monte!
Vou refrescar nas cascatas,
andar no cerne das matas
mergulhar nos belos rios
vagar nos bosques sombrios...
Só tu,  amor, me maltratas!

O teu corpo, qual um sol,
só me aquece, me provoca
ternos desejos me evoca
canto como um rouxinol
em sustenido, em bemol!
O teu corpo, que me aquece,
e que tanto me enlouquece,
é o princípio de meu fim,
pois não me queres assim...
Mas teu calor me enternece!

Mas também foges da lua
pelas veredas do espaço,
como me negas abraço
sabendo quanto eu sou tua,
que triste vago na rua...
Mas há de ocorrer eclipse!
Já disse, sei esperar
Como o mar espera o rio,
faça noite, faça frio,
Um dia eu vou te abraçar!
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/01/2010
Alterado em 12/01/2015
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