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QUISERA, AMOR, QUISERA...

Quisera, meu bem, quisera
ser livre como uma garça,
sem pejos ou qualquer farsa,
sem questionar se é quimera
romper o véu desta espera,
revoar plena no teu céu,
em vez de viver ao léu!
Quisera tanger teu corpo
como a garça tange as águas,
livrar-me  de dores, mágoas,
beijar teus lábios de mel!

Quisera meu grande amor
de teu mar ser maresia,
na mais densa sinergia,
de tuas ondas ser furor,
ser tuas águas e esplendor!
Quisera ser tão extensa,
ser grão de areia e ser densa,
Ser tuas ondas borbulhantes,
no futuro, agora e antes,
Ser tua de forma intensa!

Quisera, amor, eu te juro,
ser cheiro de tua mata,
ser a força que desata
de teu prazer o mais puro,
ser teu lado denso, escuro,
ser teu chão, tuas raízes,
teu pensar, tuas matrizes,
deste teu corpo, tua pele,
que tanto perfume expele,
nos teus dias mais felizes!

Quisera, sem mais delongas,
mergulhar nas águas tuas,
beijar tuas carnes nuas,
gritar como as arapongas,
por horas ternas e longas!
Ser peixe nadando em ti,
dizer-te do que senti,
de minha incompletude,
desejo de plenitude,
coisa que jamais vivi!

Quisera, amor, ser tua,
na mais plena sinergia,
sem pudor, sem heresia,
ser teu sol e tua lua,
o sangue que em ti estua,
ser teu céu, teu horizonte,
ser teu rochedo, teu monte
ser tua praia, teu destino,
teu diamante cristalino,
de teus desejos, a fonte...


Edir Pina de Barros
Brasília, 28 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo, coleg@s!




Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 28/12/2009
Alterado em 19/01/2010
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