Nascida em lar humilde, em seus enredos
cantou de forma ousada, resoluta,
os negros, índios, quem tem vida bruta,
expropriados por agentes tredos.
Intensa sempre foi a sua luta,
em meio à ditadura, mortes, medos,
e conheceu, também, a dor, degredos,
mas não mudou o tom, nem a conduta.
Somou-se às Mães de Maio, em plena praça,
bradando por justiça, sempre escassa,
respeito à vida, paz e muito mais.
Tristeza, neste mundo, agora grassa,
morreu “La Negra”! Restam seus sinais:
seus brados, que não calarão, jamais.
Cuiabá, 6 de Outubro de 2009.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 75