Sem terra
O sertão foi devassado
por mãos tão brutas, estranhas,
ficou triste, amortalhado,
sangrando desde as entranhas;
o sertanejo obrigado,
por conta das artimanhas,
a deixar seu chão plantado,
nas mãos de gentes tacanhas;
sem teto, demais cansado,
sofrendo dores tamanhas,
vai ao léu, desabrigado,
por conta das vis barganhas:
sem terra, pobre e esquecido,
um pária, sempre excluído.
Cuiabá, 1°. de Outubro de 2009.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 63
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/10/2009
Alterado em 02/08/2020
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