Sem ti, meu amor...Jogado na solidão
eu jamais te deixarei
a boca que já beijei
relembro só com emoção;
viver sem ti é exílio
dentro de meu próprio chão,
é viver sem ter idílio
dentro d'alma e coração:
sem ti sou rosa sem cheiro
arrancada de um canteiro.
Sem ti vivo e morro a esmo,
sem ninguém que me enfeitice
perdida eu vivo assim mesmo
sem ter a tua meiguice;
meu amado, estou perdida
atolada na mesmice,
sem porto, tão sem guarida,
minha vida é uma chatice:
sem ti sou tristonha andeja
que viver nem mais deseja.
Hei de viver p'ra te amar
sem pudor, sem preconceito,
com carinho, devagar
aninhada no teu peito.
No lençol tão alvadio
vou derramar meu suor
e nesse teu corpo esguio
vou mergulhar, meu amor:
somente assim sei viver
sem ti sei que vou morrer.
Por te amar demais assim
eu te espero noite e dia
pos és tudo para mim
meu viver, minha alegria,
sem ti sou qual peregrina
que, sem rumo, anda ao léu,
como um cometa no céu,
que bem distante declina:
sem ti me morro dorida
da própria vida esquecida.
Destino que não mereço
viver assim tão distante,
pois de ti nunca me esqueço,
tu és meu eterno amante;
eu não mereço, bem sei,
padecer tanta saudade,
nem esta dor que me invade
por amar como te amei:
eu te quero feito sol
mergulhado no arrebol.
Repentes em redondilha maior (sete sílabas poéticas), em respostas na Oficina
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/09/2009
Alterado em 05/12/2012
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