Lágrimas
Calmamente uma lágrima contida
dentro d’alma, ferida e desditosa,
não procura sequer uma saída,
permanece, no imo, majestosa.
E, se contém, de forma desmedida,
a dor desafiando, caprichosa,
(desafia, de fato, a própria vida,
quase sempre tão gris e langorosa).
E, afinal, soberano, vence o pranto
que, no peito, contido se avoluma,
e transborda, tamanho o desencanto,
e as lágrimas se quedam, uma a uma,
(tão belas, feitos as flores de helianto)
libertas, feito a dor que em si se esfuma.
Cuiabá, 2 de abril de 2009
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/04/2009
Alterado em 01/02/2013