Carta de Amor (6)
Edir Pina de Barros
Eu li a sua carta, que respondo agora
neste momento de silêncio – estou mais só -
desponta e beija o rio a purpurina aurora,
e ciscam, no quintal, filhotes de socó;
está viçando tudo no terreiro afora,
pipilam no arvoredo anu, japu, jaó
e mais além, o bem-te-vi e o chororó
e, de saudade, seu cachorro uiva e chora;
a chuva tem molhado roças e campinas,
e no cerrado se abrem flores pequeninas,
que exalam seus aromas, perfumando o ar;
o rio está mais cheio e sobem matrinxãs
buscando seus berçários. Todas as manhãs
eu fico lá, no porto, sempre a lhe esperar.
Cuiabá, 17 de Janeiro de 2009.
Poesia das Águas, pg.85
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/01/2009
Alterado em 17/07/2020
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