Meninos de rua
Meninos de rua, pedaços de solidão
Vinda do desprezo dos que nada buscam
Que tudo tiram e nada dão de si
Meninos de rua, sofridos, renegados
Quais ervas daninhas
Brotadas teimosamente nos jardins
Dos abastados pobres d’alma...
Que não suportam teus olhares
Famintos de humanidade...
Meninos de rua, tão pequenos e sós
Brutalizados pela falta de um afago
De um solidário gesto...
Meninos de rua
Teus olhos despertam em mim
Sentimentos irreverentes...
Através deles diviso
os excluídos do ventre da vida
Da mãe-terra
Qualquer um dos teus rostos
É o retrato da América !
Pobres, negros, índios
Aviltados e brutalizados
Pelos que acalentam
Sonhos de riqueza e de poder!
Meninos de rua, famintos e desamados...
Tocados como cães vadios e sarnentos
Dos bares, dos restaurantes, dos palacetes
Construídos com o sangue
de teus antepassados
Diante de olhares indiferentes...
No silêncio conivente!
Meninos de rua...fontes de poesia e dor...
Teus olhos denunciam a sordidez
De séculos de história!
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Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/10/2008
Alterado em 07/01/2009