Textos


Renascimentos
Edir Pina de Barros

Embora chova, na alma trago o estio,
pois não derramo lágrimas sentidas,
cansei-me de chorar as despedidas
e de trazer, no peito, a neve e o frio.
 
Espreito fora e tudo, tudo espio,
roseiras tão bonitas, tão floridas
contendo rosas, já emurchecidas,
e presas pelas hastes por um fio.
 
O tempo é mesmo assim, nos leva tudo,
é pássaro faminto,  tão sanhudo,
a devorar sementes de quimeras.
 
Mas traz em suas asas – eu suponho -
os gérmens de ilusão, de novo sonho
que fazem renascer as primaveras.
 
Brasília, 27 de Março de 2016.
Lira insana, 2016:pg.38
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/03/2016
Alterado em 03/09/2020
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